Além da experiência que
passava aos mais jovens, Antônio Eugênio
Nogueira da Gama tinha tiradas
divertidas, conservando sempre o bom humor.
Era de uma simplicidade contagiante.
Wilson
Luiz
lembra o que o Gama costumava falar,
filosoficamente: “Precisamos ter três coisas nesta vida: paciência... paciência... e paciência.”
NA
LAF
Logo que tivemos a honra de
assumir a presidência da Liga Araraquarense de Futebol, em janeiro de 1980, Gama nos disse:
“O maior empenho de vocês
deverá ser no sentido de conseguir credibilidade. É o que está faltando à LAF.”
(A se destacar o fato de que o mineiro Gama
já havia sido presidente da LAF.)
Em nosso tempo de direção da
Liga, Gama integrou a Junta
Disciplinar Desportiva da entidade juntamente com Orlando Coletti, Eusébio
Perez, Otávio Volpe, Samuel Prisco dos Santos. O auditor da Junta era o Didi,
que sabia tudo sobre as leis desportivas. O secretário era José Rubens Libutti.
Todos sob a presidência do Dr. José Wellington Pinto, que dispensa apresentação.
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Antônio Eugênio Nogueira da Gama é o primeiro à direita, ao lado de Pelica e Polezze, por ocasião da entrega do Troféu Cultura aos melhores do esporte. O momento registrado na foto é o de entrega do troféu ao Washington, feita pelo presidente grená Malara (1981) |
NA
FERROVIÁRIA
Durante a sua gestão como
presidente da Ferroviária, de 26 de novembro de 1977 a 24 de novembro de 1979, Gama contou com uma amizade de grande
valia: do presidente da Federação Paulista de Futebol, Alfredo Metidieri. Ele
se orgulhava dessa amizade com o líder industrial e esportista de Sorocaba, que
depois de dirigir o São Bento foi ser mandatário máximo do futebol paulista, de
1976 a 1978.
No período de Gama Presidente, a Ferroviária realizou
um total de 108 jogos. Ganhou 29, empatou 49 e perdeu 31. Um equilíbrio entre
vitórias e derrotas e predominância de empates. Foram 89 gols marcados contra
96 sofridos.
Campeão
pouco depois de assumir
Gama foi
muito feliz ao assumir a presidência afeana, já quase no final da temporada de
1977: faltavam quatro jogos para o encerramento do Torneio Incentivo. A equipe
desenvolveu uma boa campanha no transcurso da competição e chegou à decisão
contra o São Bento (justamente o clube do presidente da FPF). Ganhando em Araraquara
e sustentando o empate em Sorocaba, os grenás levantaram o título de campeões
do Torneio Incentivo. Assim, Gama
começava sua administração com o pé direito, conquistando um título.
1978 –
Tanto na nova edição do Torneio Incentivo, como no Campeonato Paulista, a
Ferroviária não teve desempenho de realce. Terminou o Paulistão na 14ª
colocação, mas sustentou-se na divisão principal do futebol de São Paulo.
1979 –
Então, no segundo e último ano de Gama
como presidente, a Ferroviária participou do Paulistão com uma campanha
relevante. Chegou a uma fase importante do campeonato e por muito pouco não
alcançou as semifinais. Somando os mesmos pontos que o Corinthians, acabou
levando a pior em um dos critérios de desempate e o Alvinegro se qualificou.
Aliás, o Timão acabou sendo o campeão da temporada. A Locomotiva terminou o certame na oitava
colocação.
A
GRANDE TRANSAÇÃO: MAURO NO INTER
Fato de expressão nacional no
mundo do futebol, durante o mandato de Gama
foi a venda de Mauro (que depois ganharia o apelido de Mauro Pastor) ao
Internacional de Porto Alegre, em 1979. A transação resultou em uma importância
financeira que serviu para estabilizar as finanças da Ferroviária. O sucesso do
zagueiro, no Colorado gaúcho, foi estupendo.
RESUMO
Assim, em dois anos como
Presidente da Ferroviária, Antônio
Eugênio Nogueira da Gama foi
campeão de um torneio promovido pela Federação Paulista de Futebol, sustentou o
time na divisão de honra do futebol paulista e teve uma equipe que participou
do Paulistão em 1979 com um brilho especial, considerando-se a condição afeana
de clube do Interior. Além de ter transacionado a grande revelação do clube, o
que resultou em lucro significativo para a Associação e condições efetivas para
a construção do Ferrão de entrada do estádio da Fonte Luminosa.
QUEM
JOGOU
Com Gama presidente, na temporada de 1979, a Ferroviária contava com
este elenco para realizar campanha exitosa:
Tião, Sérgio Bergantin,
Carlos, Nei Dias, Paulão, Sérgio Miranda, Mauro (que depois se tornaria Mauro
Pastor), Sabará, Vica, Samuel, Luís Florêncio, Zé Rubens, Cuca, Paulo Lampa,
Nandes, Alfredo, Ned, Paulo César de Oliveira, Serginho, Vilfredo, Washington,
Douglas Onça, Lavinho, Adilson, Helinho, Lucas, Galo, Bispo, Toninho, Radar,
Parraga, João Carlos, Galdino, Gérson, Carlos Henrique e Sérgio Clérice (fez
poucos jogos e depois se tornou técnico do time).
FOTOS: Museu da Ferroviária; Wilson Luiz; Ferroviária em Campo.
PESQUISA, ELABORAÇÃO E EDIÇÃO: VICENTE
HENRIQUE BAROFFALDI E PAULO LUÍS MICALI