Sinceramente, não
entendemos suas colocações, exaradas no facebook “Ferroviária em Campo”. O
senhor quer a Ferroviária no Campeonato Brasileiro e ao mesmo tempo a recrimina
por entender que ela está servindo de “sparring” para times de moleques.
O caminho para chegar
ao Brasileiro é a Copa Paulista, é ser campeã dessa competição. Se,
circunstancialmente, ela tem de enfrentar algum time de moleques, não é
problema dela. Ela tem mais é que jogar pra ganhar e tentar a conquista do
título máximo, que é o que ela está fazendo. A Ferroviária não tem culpa se o
Santos resolveu colocar um time muito jovem para as disputas da Copa Paulista. E
o Santos tem as suas razões para tanto, pois tem disputado, simultaneamente,
outras competições importantes.
Ademais, ela também tem
um time jovem, com média baixa de idade, prestigiando assim o trabalho de
formação da base e dentro de sua realidade financeira.
A Ferroviária tem duas
chances para disputar a série D do Campeonato Brasileiro: sendo campeã da Copa
Paulista, o que é muito difícil, ou conquistando uma boa colocação no
Paulistão, o que também é muito difícil. Não há uma terceira forma; ela não
pode comprar uma vaga. Tem de conquistá-la dentro de campo.
Além do mais, estamos sendo
ingratos com a S.A., que foi criada para salvar a Ferroviária do fechamento de
portas. Amamos a AFE e repudiamos a
Ferroviária Futebol S.A. Só que esta foi criada para gerenciar o futebol afeano,
no dia 11 de novembro de 2003, quando o clube se encaminhava para a falência.
Lembremos que a S.A.
pegou o futebol da AFE na quarta divisão do futebol paulista e o guindou à
divisão principal, a divisão de elite.
A Ferroviária estava na
iminência de cerrar as portas... e hoje frequenta o grupo dos melhores clubes
do Estado de São Paulo, líder da federação. E tem lutado para voltar a disputar
competições nacionais.
Convém também lembrar
que, bem antes da criação da S.A., a Ferroviária abdicara do direito de
disputar a série B do Brasileiro, em 1996. No primeiro semestre daquele ano, o
time foi rebaixado no Paulistão... e a diretoria do clube decidiu não disputar
o Brasileiro, encerrando as atividades do futebol naquele ano.
Portanto, não se pode
imputar à S.A. o fato de a AFE não estar disputando uma competição de caráter
nacional. Muito antes disso, ela havia perdido esse direito.
Lembrando ainda que a
Ferroviária participou, nos últimos tempos, de três edições da Copa do Brasil.
Quanto às virtudes dos
ex-dirigentes grenás, que enfrentaram situações terríveis para manter o time em
atividade, vivemos enaltecendo-os, inclusive em livros, louvando o estoicismo
deles, que jamais chegaram ao extremo de pedir licença do time junto à
Federação Paulista de Futebol. Desde que iniciou as atividades do futebol
profissional, em 1951, até hoje, a Ferroviária jamais passou um ano sem
disputar o Campeonato Paulista e as competições oficiais promovidas pela F.P.F.
Quanto à interferência
da política e de políticos na vida do clube, não devemos ser hipócritas. Ela
sempre houve e seguirá tendo sempre. Afinal de contas, onde é que a política
não interfere?
A Ferroviária teve
quatro presidentes extraordinários, de importância fundamental para a sua
história... Os quatro foram políticos.
A começar do fundador
do clube, Antônio Tavares Pereira Lima, que foi prefeito municipal de
Araraquara. José Wellington Pinto, Mário Joel Malara e Aldo Comito foram
presidentes de grande valor, com folhas de serviço magníficas, e eram
vereadores. A política está entranhada na sociedade e em suas instituições.
Por último, senhor
Evandro, se a sua preocupação era ver a Ferroviária enfrentando time de
moleques, certamente agora deverá ser outra, pois vem aí o titularíssimo time
da Lusa do Canindé, e prepare-se... vai ser uma parada dificílima. O ano
passado, a Ferroviária esteve muito próxima de conseguir a tão sonhada vaga
para o Brasileiro da série D. Este ano, está chegando às semifinais da Copa
Paulista, em nova tentativa, realizando até aqui a melhor campanha entre todos
os concorrentes. O que mais podemos exigir?
Vicente Henrique Baroffaldi
Vicente Henrique Baroffaldi
Elaboração : Vicente
Henrique Baroffaldi
Edição: Paulo Luís
Micali