terça-feira, 21 de março de 2017

A FERROVIÁRIA DEU A ELE UM PRESENTE DE CASAMENTO: O PASSE





Nome: Eusébio Bonifácio
   
Nascimento: 14 de agosto de 1942
   
Natural de: Araraquara-SP
   
Posição: atacante



A Ferroviária tinha um número elevado de bons jogadores; alguns, verdadeiros craques. Isso, entre as décadas de 1950 e 60.

Foi quando o atacante Eusébio teve um andamento de carreira muito interessante. 

Sua família, originária da cidade de Tabatinga, veio morar perto da Fonte, em uma fazenda. 

Em 1954, começou como gandula da Ferroviária.

Em 1955, visto por dirigentes afeanos quando praticava o futebol, acabou sendo engajado no Juvenil. Ele atuava por times das proximidades do estádio da Fonte Luminosa: Primavera e Bangu. 

A Ferroviária costumava ganhar tudo nas categorias de base, e Eusébio tornou-se tricampeão Amador (1957 a 59), depois de ter sido campeão também pelo Juvenil.

Em 1957, foi emprestado à Francana. Durante sua permanência em Franca, prestou o serviço militar, fazendo o Tiro de Guerra.

Voltou para a Ferroviária com 19 anos.

Como o clube tinha muitos atletas, e suas chances seriam pequenas, foi emprestado ao Palmeiras, de São João da Boa Vista.

Ele retornou à AFE. E ainda com chances remotas de aproveitamento, pois não era nada fácil conseguir jogar naquele elenco de estrelas, Eusébio pediu a liberação de seu passe.

Dados os seus bons antecedentes como atleta disciplinado e aplicado, Eusébio foi atendido, ganhando passe livre como presente de casamento. Assim a Ferroviária definiu a sua decisão, por meio de seu mandatário máximo, Antônio Tavares Pereira Lima, que foi o fundador da agremiação e voltou, no biênio 62-63, para um segundo mandato. Foi durante esse período que se deu a desvinculação de Eusébio, presenteado com o passe livre. 

Então, Capilé, ex-técnico da Ferroviária, inclusive responsável, como treinador, pelo primeiro acesso dos grenás à Primeira Divisão (1955), treinava o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) e o convidou para jogar na vizinha cidade.

Eusébio teve uma passagem pelo CAT e em seguida defendeu o Catanduvense, onde encerrou a sua carreira, aos 27 anos de idade.




NA FERROVIÁRIA

Eusébio diz que quase não jogou pela Ferroviária. As oportunidades não foram muitas.

Mas nos anais da história afeana consta que, no Campeonato Paulista de 1958, Eusébio marcou dois gols.

Um deles, no dia 8 de outubro, converteu-se em fato marcante, pois representou o primeiro gol noturno do estádio da Fonte Luminosa, em partida do Campeonato Paulista contra a Ponte Preta. Os grenás ganharam de 3 a 0 e o caminho do sucesso foi aberto com uma finalização dele, Eusébio, que descreveu o lance assim:

“Uma bola chutada bateu na trave e voltou dentro da pequena área. Sobraram eu e a bola, mas a marcação estava vindo. Acabei indo de carrinho, chegando a trombar com o zagueiro. Todos os jogadores vieram comemorar comigo e eu não estava com o pensamento na inauguração dos refletores. Depois que a ficha caiu.” (LEMBRANÇAS COM PÉ NO CHÃO, de Ivan Roberto Peroni e Rafael Zocco)

 Na primeira excursão da AFE ao exterior, em 1960, o atacante anotou 10 dos 85 tentos marcados pela Locomotiva, um feito nada desprezível, mostrando o seu oportunismo. 

Assim, deixou também o seu nome registrado na história da Ferroviária de Araraquara, com fatos efetivos e de valor.  

15/03/1960 - Ferroviária 4 x 3 Nacional da Ilha da Madeira ( Um dos gols marcados por Eusébio)

DEPOIS DO FUTEBOL

Encerrada a carreira de atleta do futebol, Eusébio Bonifácio ingressou na Cutrale, onde trabalhou durante 30 anos, até se aposentar.



Fontes:
Informações prestadas por Eusébio a Paulo Micali, de “Ferroviária em Campo”
Revista Comércio Indústria e Agronegócio (Junho/2016)
Fotos: Revista Comércio Indústria; Museu da Ferroviária
Elaboração e edição: Vicente Henrique Baroffaldi e Paulo Luís Micali 

Nenhum comentário:

Postar um comentário