No texto da Revista do Esporte (do
Rio de Janeiro), destaque-se uma frase:
“A Ferroviária é o
clube brasileiro que está fazendo melhor campanha no exterior, este ano.” Corria o ano de 1960.
O outro lado de um dos jogos mais importantes da história
internacional da Ferroviária de Araraquara: em 10 de maio de 1960, em Lisboa,
brasileiros e portugueses entraram em conflito durante a partida entre Sporting
e Ferroviária, deixando de lado a bola e partindo para a briga.
Murros, pontapés e empurrões marcaram o litígio no gramado do
Estádio José Alvalade, quando da expulsão do lateral Porunga, por agressão a
Seminário.
Todos os jogadores entraram na briga, ante o olhar
contemplativo do árbitro do encontro. A intervenção policial encerrou o
conflito.
REVISTA DO ESPORTE
RELATA
A Revista do Esporte, uma publicação do Rio de Janeiro, em seu
número 65, de 1960, cobre os fatos nos termos que a seguir transcrevemos:
“BRIGARAM BRASILEIROS E
PORTUGUESES EM LISBOA!
Com o campo transformado num ringue, já que os 22 jogadores
trocaram murros, pontapés e empurrões sob os olhares atônitos de 35.000
espectadores, a Ferroviária de Araraquara encerrou sua temporada em Portugal,
empatando de 1 a 1 com o Sporting de Lisboa, no Estádio José Alvalade, na
capital lusa.
A peleja revanche do clube paulista com os “Leões” foi
pontilhada de incidentes, com bofetões e pontapés trocados pelos jogadores ante
a passividade do árbitro, que teve atuação das mais fracas. Aos 35 minutos do
encontro, quando o zagueiro da Ferroviária, Porunga, havia sido expulso por
agressão ao ponta Seminário, estourou um conflito de grandes proporções, no
qual se envolveram todos os jogadores. Somente com a intervenção da polícia,
que usou de energia, os ânimos foram serenados. Apesar disso, o jogo terminou
em meio a um ambiente dos mais pesados, pois foram inúmeras as paralisações.
A Ferroviária é o clube
brasileiro que está fazendo melhor campanha no exterior, este ano. Depois de sair invicta da África Oriental
Portuguesa, foi derrotada pelo mesmo Sporting por 1 a 0, venceu o Belenenses
por 2 a 1 e o F.C. do Porto por 2 a 0. Por causa dessa vitória, aliás, o
técnico Daucik (do Porto) foi suspenso pela diretoria do clube... Agora o
quadro paulista prosseguirá em sua jornada no estrangeiro preliando contra
várias equipes da África.”
Observação: Esta matéria, com a importante transcrição,
acontece graças à gentileza do escritor José Renato Sátiro Santiago, que nos passou
as páginas da Revista do Esporte Nº 65, de 1960. Ele é tio do ex-jogador da Ferroviária,
Fernando Sátiro, que jogou na AFE de 1963 a 1965. Era um meia de predicados,
tendo atuado também pelo São Paulo e pelo XV de Piracicaba, após fazer sucesso
no início de carreira, em seu estado natal, o Ceará.
Elaboração e edição:
Vicente Henrique Baroffaldi e Paulo Luís Micali
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