Foto: Rodrigo Corsi/FPF |
Foi um final de semana para entrar nos anais da história da
Ferroviária de Araraquara. No sábado, 18 de abril de 2015, os grenás vencem em
Guaratinguetá e conseguem o retorno à Série A1, principal divisão do futebol
paulista. E no domingo, 19 de abril de 2015, a Locomotiva é beneficiada por
outros resultados e se sagra campeã da Série A2, duas rodadas antes do término
do campeonato.
Assim, após 19 anos de angustiante espera, os torcedores
afeanos puderam extravasar e comemorar a volta à elite e o tricampeonato da
Segunda Divisão.
Nos três acessos – 1955, 1966 e 2015 –, a Ferroviária
levantou o título máximo. Então... agora são dois tricampeonatos: o do Interior
(1967, 1968 e 1969) e o do Acesso, já citado.
Foto: Leonardo Fermiano |
A vitória em
Guaratinguetá
No último lance do primeiro período, o mais agudo dos
afeanos, quase a Locomotiva abre o placar. Elder Santana desviou um cruzamento
da direita, finalizando e provocando uma providencial defesa do goleiro.
A Ferroviária fez um primeiro tempo tranquilo, de posse de
bola mas de fragilidade na conclusão.
Aos dois minutos da segunda etapa, o veloz ala Roberto
penetrou na área e foi parado com falta por Barone.
Quase aos quatro, Tiago Adan cobrou o pênalti com um chutaço
no canto direito do guardião Flay. A primeira impressão foi de bola para fora,
mas a violência do arremate fez com que furasse a rede.
Foto: Rodrigo Corsi/FPF |
A vibração dos jogadores grenás, na comemoração, espalhou-se
para fora do gramado, nas dependências do estádio onde cerca de 300 afeanos
iniciavam uma festa anunciada, pela sua obviedade.
Em Araraquara, os fogos de artifício e a agitação da galera
eram ouvidos e sentidos nos mais diferentes pontos.
Coincidiu de a equipe de Milton Mendes decidir sua subida
para a A1 exatamente contra o mais frágil dos times da A2, um grupo de
futebolistas já abalado com a queda para a A3, que somava apenas três pontos no
ativo, resultantes de uma única vitória em 16 jogos disputados. A dificuldade
maior foi a apreciável distância de Araraquara ao Vale do Paraíba.
Algumas poucas escaramuças da Garça do Vale foram
infrutíferas, num jogo em que a Ferroviária comandou as ações a seu modo, ao
correr da sua conveniência. O 1 a 0 bastou.
Foto: Leonardo Fermiano |
Depois de tanto sofrimento ao longo de quase duas décadas, a
nação afeana dava a volta por cima de modo surpreendente e fácil.
Mas essa facilidade não surgiu do nada; ela foi construída e
solidificada por uma equipe técnica aplicada e gabaritada. Dentro de campo
graças a profissionais competentes e dedicados; fora de campo, graças a
comandantes igualmente competentes e dedicados, sendo harmonizadas as partes.
A filosofia de trabalho do treinador Milton Mendes, um
agregador, foi absorvida e desenvolvida eficientemente por seus comandados, um
grupo que se tornou unido e coeso ao aceitar as diretrizes de um líder de
personalidade forte.
Foto: Rodrigo Corsi/FPF |
O resultado não poderia ter sido outro: sucesso absoluto,
onde o acesso e o título de campeã chegaram com duas rodadas de antecedência.
A Ferroviária volta ao seu lugar, onde esteve durante 40
anos, de 1956 a 1996, com um intervalo mínimo em 1966.
Estão todos de parabéns, dirigentes, técnico com sua equipe,
e jogadores (os maiores responsáveis pelo triunfo).
Oxalá a Locomotiva siga trilhando caminhos de notoriedade,
fazendo vibrar sua convicta e persistente coletividade.
Avante, Ferroviária!
Foto: Rodrigo Corsi/FPF |
Ficha técnica do jogo
Guaratinguetá 0 x 1
Ferroviária
Data – 18 de abril de 2015, sábado, 15 horas
Local – Estádio Dario Rodrigues Leite, em Guaratinguetá (SP)
Finalidade – Campeonato Paulista da Série A2, turno único
Árbitro – Alessandro Darcie
Renda – R$ 3.980,00
Público – 266 pagantes
Gol – Tiago Adan (pênalti), 4’/2º
Guaratinguetá – Flay; Barone (Gabriel), Lucão,
Dinda e Ricardinho (Lucas Ferrugem); Augustinho, Thiago, Robinho e Giovanny;
Jackson e Sócrates. Técnico: João “Telê”
Ferroviária – Rodolfo; Paulo Henrique, Luan,
Patrick (Neguete) e Roberto (Cleidson); Renato Xavier, Jairo e Danilo
Sacramento; Fio, Elder Santana (Bruno Moraes) e Tiago Adan. Técnico: Milton
Mendes
Foto: Leonardo Fermiano |
Fontes:
Futebol Interior
Site oficial da FPF
Arquivo pessoal
Elaboração e edição:
Vicente Henrique Baroffaldi e Paulo Luís Micali
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