OUTROS
OLHOS, OUTRAS CORES
MARCÃO,
MAURO PASTOR, WILSON CARRASCO, PEIXINHO, MARITACA, PAULO BIM, ROSAN, MACHADO,
LUIZ ALBERTO e BATALHÃO
Tais jogadores são enfocados
pelo escritor Émerson Cássio Gáspari,
eles que, além de envergarem o manto
sagrado grená, defenderam também as cores de Comercial ou Botafogo, clubes
de Ribeirão Preto, cidade que abriga o escritor jundiaiense.
Radicado há muitos anos na
“Califórnia brasileira”, Émerson lançou este ano o livro “Poetas da Bola – Futebol para Saudosistas”. Nele, o autor apresenta o “primeiro
dicionário de jogadores que atuaram por Botafogo e Comercial, em mais de um
século de bola rolando em Ribeirão”.
Entre eles, destacamos dez
que jogaram pela Ferroviária de
Araraquara. Transcrevemos, aqui, o teor dos verbetes que falam desses atletas
que exibiram seu futebol na AFE:
Marcão - Que Fim Levou? |
MARCÃO: Um
centroavante imenso. Mulato, alto, forte. Um autêntico “guarda-roupas”, que
atuou por alguns anos na Ferroviária,
onde se destacou bastante, inclusive ajudando em excelentes campanhas do time
de Araraquara. Marcão foi centroavante do São Paulo no início dos anos 80 e
chegou a Palma Travassos em 88, já veterano, para enfrentar o campeonato da
Segundona. E acabou sendo aqui, o mesmo guerreiro que sempre foi: usando seu
físico avantajado (parecia um pugilista peso-pesado) e especialmente o jogo
aéreo (era ótimo cabeceador). Lutou pelo Comercial por uma temporada e deixou
lembranças na cidade.
Mauro Pastor - Ferroviária SA |
MAURO PASTOR (Mauro
Rodrigues dos Santos): Nascido em
Pradópolis/SP, em 20/10/1952. Zagueiro que começou no Juventus de Guariba, em
72 e foi contratado pela Ferroviária,
onde se destacou muito. Após cinco temporadas em Araraquara e muita relutância,
aceitou ir para o Internacional, que queria muito com ele. Com sua venda, a Ferrinha viabilizou o sonho de trocar
as arquibancadas de madeira por alvenaria. Em Porto Alegre, foi tetracampeão
gaúcho e campeão brasileiro invicto, pelo colorado. Lá ele receberia o apelido
de “Pastor”, por ser de família evangélica. Voltou à Ferroviária e em 88/9, desfilou toda a sua categoria e liderança no
Comercial, marcando sua trajetória na história do Leão. Encerrou carreira no
Independente de Limeira, em 92. Fez três partidas pela Seleção.
Wilson Carrasco - Ferroviária SA
WILSON CARRASCO (José Wilson Carrasco): Nascido
em 04/02/1951, em Rincão/SP. Surgiu na Ferroviária
e logo se tornou referência do time. Um meia-esquerda dos bons, com ótima
passagem pela Portuguesa de Desportos e que também jogou pela Seleção Paulista.
Atuou por uma temporada no Botafogo, brindando a torcida tricolor com seus
toques insinuantes e belas cobranças de falta. Mesmo veterano, deixou
lembranças na torcida do Fogão. Encerrou carreira no Independente de Limeira.
Peixinho - Gazeta Esportiva
PEIXINHO (Arnaldo
Poffo Garcia): Nascido em
02/09/1940, em São Paulo/SP. Ponta-direita dos bons, iniciou carreira no São
Paulo, em 59, marcando o primeiro gol do Morumbi, mergulhando “de peixinho”
(daí nasceu a expressão e seu próprio apelido como jogador), em 1960. No ano
seguinte, foi para a Ferroviária
(onde sagrou-se tricampeão do interior) e mais tarde para o Santos,
participando do jogo inaugural do Palma Travassos. Em 66 chegou ao Comercial e
formou no ataque do famoso “rolo compressor”, sendo novamente campeão do
interior. Saiu, mas regressou em 67. Passou pelo futebol do exterior,
encerrando a carreira no Canadá, em 1972.
Maritaca - Ferroviária SA
MARITACA: Um
meia-direita “boa-gente”, que atuou no Botafogo nos anos 70. Negro, de sorriso
largo, muito brincalhão, era um bom jogador. Apesar de franzino, compensava a
falta de corpo na base da velocidade, no meio-campo. Um dia, durante uma partida
contra o América/SP, sofreu uma contusão, deixando o gramado na maca. Em seu
lugar entrou um novato chamado Sócrates. Nem é preciso dizer por que Maritaca
deixaria de ser titular depois disso. Mas aqui está ele, devidamente relembrado
neste dicionário, para sempre.
Paulo Bim - Rg do Gol
PAULO BIM (Cleiton
Paulo Bim): Nascido em 23/03/1941,
em Guararapes/SP. Começou a carreira em Osvaldo Cruz/SP, seguindo
posteriormente para a Ferroviária.
Chegou ao Comercial em 64. Centroavante clássico, habilidoso, que chegou contundido
ao clube, mas que quando se curou, pagou a espera pela estreia com juros, à
torcida. Jogou até 67 (em 66, fez 22 gols no Paulistão, sendo vice-artilheiro),
quando então foi contratado pelo Vasco da Gama. Mas não deu muito certo por lá
e voltou para Ribeirão. Após uma temporada no Leão, seguiu para a Ferroviária e em 1970 encerrou
precocemente a carreira. Acabou retornando um ano depois e jogando no Bafo até
1974. Seu nome está imortalizado no “hall” de entrada do Palma Travassos, com
uma placa que assinala o primeiro tento marcado por ele, naquele estádio,
frente o Santos de Pelé, dia 14/10/64. É também o maior goleador do Come-Fogo,
com nove gols. Centroavante absolutamente titular, num melhor Comercial de
todos os tempos.
Rosan - Ferroviária 3 x 1 Portuguesa ( Paulistão de 1959) - A. Pessoal F. Rosan
ROSAN: Lendário
goleiro comercialino, que atuou no gol do Leão do Norte como titular absoluto,
nos anos de maior glória do time, quando ele era chamado de “rolo compressor”,
entre 64 e 66. Seguro, excelente colocação sob as traves e boa saída do gol, o
experiente Rosan transmitia muita tranqüilidade lá atrás, para a equipe. Foi
campeão do interior em 66. Era também muito querido em Araraquara, quando veio
da Ferroviária para cá. Mais um da
imensa galeria de bons goleiros que passaram pelo Leão.
Machado - Botafogo 1956 - Que fim Levou?
MACHADO (Galdino
Machado): Nasceu em 04/11/1934, em
São Paulo/SP. Na capital, atuou apenas na várzea, até que em 1954 começou
carreira profissional de goleiro no Botafogo, onde se tornou uma das maiores
lendas vivas do clube. Fez mais de 250 partidas pelo Fogão, subindo para a
Divisão Especial em 56 e participando da excursão de 62, pela América do Sul.
Em 64, mesmo com o Pantera perdendo de 11x0 para o Santos de Pelé – que
sozinho, faria oito gols naquela partida – deixou o campo como o melhor em
campo, pelo lado botafoguense, pois fez grandes defesas, evitando uma goleada
ainda maior. Os 12 anos defendendo as cores do tricolor e sua incrível
segurança (ele sequer usava luvas) debaixo das traves, o colocam como presença
incontestável no melhor Botafogo de todos os tempos. Mais tarde, quando seguiu
para a Ferroviária, acabou se
tornando treinador e – claro – retornaria, anos depois, para treinar também o
seu querido Botafogo.
Luiz Alberto - Que fim Levou?
LUIZ ALBERTO (Luiz
Alberto Pirola): Nascido em
08/7/1954, em Araraquara/SP. Após iniciar na Ferroviária, passou pelo Guarani e Fluminense, antes de chegar à
Seleção Brasileira. Em 77 foi contratado pelo Comercial, atuando por aqui até
89. Foram 12 temporadas e quase 500 partidas pelo Leão, nas quais fora a
elegância de seu jogo, ficou marcada a sua versatilidade, atuando em diversas
posições, mas sempre com destaque maior quando jogava na meia. Foi sempre um
exemplo de disciplina e voluntariedade no clube.
Batalhão - Ferroviária de Araraquara
BATALHÃO (Ângelo
Battaglion Neto): Nascido em
14/4/1951, em Ribeirão Preto/SP. Começou sua trajetória no Comercial ainda jovenzinho,
em 66, atuando no clube do Jardim Paulista por oito anos, quase sempre na
lateral-direita (no início, era ponta). Mais de 300 jogos com a camisa
alvinegra e um futebol vistoso, que seus torcedores não se esquecem. Jogou
ainda na Ferroviária e no Flamengo,
entre outros.
Fonte:
Poetas da Bola – Futebol para Saudosistas, de Émerson
C. Gáspari, 2013
Elaboração e edição: Vicente Henrique Baroffaldi e
Paulo Luís Micali
Além deles: Zé Luiz, Mario Augusto, Baiano (o lateral), Guará e Alfredo.
ResponderExcluirE nós aduzimos: Fogueira, Vonei... O autor citou alguns. Não é uma listagem completa. (Ferroviária em Campo)
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