domingo, 31 de março de 2013

OBINA, SARAN, FIORETTI... MUITO OBRIGADO!!!



OBINA, SARAN, FIORETTI... MUITO OBRIGADO!!!

E a Ferrinha se safou ao “apagar das luzes”, nos estertores do período de sofrimento.
No finalzinho do primeiro período, uma série de gols desperdiçados – três em uma única avançada – prenunciava o martírio de uma via crucis de 19 etapas, com final de crucificação. Um “corpo” tinto derreado, vencido, sucumbido, cheio de chagas e com apenas uma letra e um número na placa de sua identificação e destino: A3.
Até que, no intervalo, Jorge Saran sacou Jerson e fez entrar Obina. Fulminante, o vigoroso atacante entrou determinado e com ímpetos de salvador.
Arrojou-se à frente, tomando para si a responsabilidade decisória. Uma vez, quase. Outra vez, barbante. E a sofrida galera grená urrava o uivo do desabafo, o uivo contido na garganta por tempo brutalmente alongado, retesado, esticado, espichado.
As notícias do locutor da Arena promoviam bons presságios, traziam informes alvissareiros dos jogos cujos resultados interessavam diretamente à esquadra afeana.
Primeiro, os gols do Capivariano contra o Norusca. Mais para a frente, quase no finzinho do tempo regulamentar, o gol da lusa do Canindé exatamente contra o rival vizinho da AFE, da Cidade Sorriso, que se punha em lágrimas. E aí bastaria a Locomotiva sustentar o 1 a 0 sofrido, o 1 a 0 redentor, o 1 a 0 da ressurreição em pleno domingo de Páscoa.
Quando o complacente, benevolente, camarada senhor condutor da pugna ergueu os braços e piou pela vez derradeira, os estremunhados e emocionados torcedores da Associação Ferroviária de Esportes soltaram o grito, vibrando com inusitada sensação de alívio. Muito mais que a comemoração de um gol... a comemoração de uma permanência.
Uma permanência que abre espaço para que, com um apreciável prazo de nove meses – o tempo de uma gestação – a Ferroviária cuide de se estruturar para poder pensar alto, porque, bem pensada e bem aferida, a AFE terá três objetivos fundamentais pela frente:
1 – Alçar vôo até a Série A1;
2 – Permanecer na Série A1;
3 – Reeditar, na A1, feitos do passado... se não na plenitude, ao menos um tantinho... para fazer estremecer os corações que palpitam na paixão gostosa e emocionante de torcer pelas cores avinhadas da Morada do Sol.
E LA NAVE VA, de Federico Fellini, nos faz ver que a vida segue... Para nós, neste momento de apurada sensação de alívio, nos resta a expressão E LA “LOCO” VA...
Texto: Vicente Henrique Baroffaldi

 

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