OBINA,
SARAN, FIORETTI... MUITO OBRIGADO!!!
E a Ferrinha
se safou ao “apagar das luzes”, nos estertores do período de sofrimento.
No
finalzinho do primeiro período, uma série de gols desperdiçados – três em uma
única avançada – prenunciava o martírio de uma via crucis de 19 etapas, com
final de crucificação. Um “corpo” tinto derreado, vencido, sucumbido, cheio de
chagas e com apenas uma letra e um número na placa de sua identificação e
destino: A3.
Até que, no
intervalo, Jorge Saran sacou Jerson e fez entrar Obina. Fulminante, o vigoroso
atacante entrou determinado e com ímpetos de salvador.
Arrojou-se à
frente, tomando para si a responsabilidade decisória. Uma vez, quase. Outra
vez, barbante. E a sofrida galera grená urrava o uivo do desabafo, o uivo
contido na garganta por tempo brutalmente alongado, retesado, esticado,
espichado.
As notícias
do locutor da Arena promoviam bons presságios, traziam informes alvissareiros
dos jogos cujos resultados interessavam diretamente à esquadra afeana.
Primeiro, os
gols do Capivariano contra o Norusca. Mais para a frente, quase no finzinho do
tempo regulamentar, o gol da lusa do Canindé exatamente contra o rival vizinho
da AFE, da Cidade Sorriso, que se punha em lágrimas. E aí bastaria a Locomotiva
sustentar o 1 a 0 sofrido, o 1 a 0 redentor, o 1 a 0 da ressurreição em pleno
domingo de Páscoa.
Quando o
complacente, benevolente, camarada senhor condutor da pugna ergueu os braços e
piou pela vez derradeira, os estremunhados e emocionados torcedores da
Associação Ferroviária de Esportes soltaram o grito, vibrando com inusitada
sensação de alívio. Muito mais que a comemoração de um gol... a comemoração de
uma permanência.
Uma
permanência que abre espaço para que, com um apreciável prazo de nove meses – o
tempo de uma gestação – a Ferroviária cuide de se estruturar para poder pensar
alto, porque, bem pensada e bem aferida, a AFE terá três objetivos fundamentais
pela frente:
1 – Alçar
vôo até a Série A1;
2 –
Permanecer na Série A1;
3 –
Reeditar, na A1, feitos do passado... se não na plenitude, ao menos um
tantinho... para fazer estremecer os corações que palpitam na paixão gostosa e
emocionante de torcer pelas cores avinhadas da Morada do Sol.
E LA NAVE VA,
de Federico Fellini, nos faz ver que a vida segue... Para nós, neste momento de
apurada sensação de alívio, nos resta a expressão E LA “LOCO”
VA...
Texto: Vicente
Henrique Baroffaldi
Nenhum comentário:
Postar um comentário