Ivagner Ferreira (Vaguinho)
nasceu em Cachoeiro de Itapemirim (ES), no dia 12 de junho de 1924. Iniciou a
carreira no futebol muito cedo, e como goleiro, o que aconteceu por bom tempo.
Depois, seria um centroavante de muitos gols. Foi reserva de Dias III na
seleção do estado capixaba. Começou sua vida esportiva profissional no Flamengo
do Rio. De lá para o Madureira, com o qual excursionou a primeira vez pelo
estrangeiro, jogando na Colômbia. Passou para o América de Belo Horizonte,
sendo depois cedido por empréstimo ao Atlético Mineiro. Com o grande clube de
Minas, conquistou legítimas glórias para o futebol brasileiro, sendo que das
várias excursões de quadros brasileiros só foi superado pelo Paulistano, em
1926. Nessa época de galo mineiro foi que Vaguinho granjeou mais nome.
Passou depois pela
Portuguesa Santista, pelo Palmeiras e por fim chegou à Ferroviária de
Araraquara, onde se integrou de maneira brilhante. Pela Segunda Divisão do
Campeonato Paulista, Vaguinho assinalou, em defesa das cores avinhadas, 14 gols
no certame de 1952 (já em 53) e 7 no de 1953. Vaguinho defendeu a Ferroviária
em 1953 e 1954.
Sua estreia na AFE deu-se no
dia 4 de janeiro de 1953, em jogo oficial válido pela Segundona bandeirante,
assinalando um dos tentos grenás na vitória por 5 a 0 sobre o Olímpia, na Fonte
Luminosa, em jogo arbitrado por José Cortezia. Luiz Rosa (2), Dirceu e Omar
completaram o placar. Formação da AFE: Sandro; Sarvas e Espanador; Tiana,
Gaspar e Pierre; Omar, Luiz Rosa, Vaguinho, Zé Amaro e Dirceu.
Ferroviária 1953
O último registro que
apuramos de Vaguinho defendendo a Ferroviária data de 11.07.1954, um domingo,
na Fonte Luminosa, no jogo amistoso entre Ferroviária e Palmeiras, vencido pelo
Verdão por 2 a 1, gols de Tec para a AFE e de Manoelito e Elzo para o Palmeiras.
João Etzel foi o árbitro e a renda somou Cr$ 61.590,00. Formações: Ferroviária
– Basílio; Pierre (Elcias) e Pixo; Dirceu, Gaspar e Henrique (Izan); Afonso
(Omar), Tec, Vaguinho, Zé Amaro (Toledinho) e Boquita. Técnico: Armando
Renganeschi. Palmeiras – Cavani; Manoelito e Cardoso (Cação); Valdemar Fiúme
(Gérsio), Tocafundo e Dema; Ney (Moacir), Moacir (Berto), Mattos, Jair e Elzo.
“Vai,
vai... Vaguinho!”
Conforme relata, em crônica,
Wilson Silveira Luiz (destaque da mídia esportiva de Araraquara, locutor que
narrou número incontável de gols da Ferrinha, hoje assessor de imprensa da
Secretaria de Esportes e Lazer de Araraquara e da Fundesport), havia, naquela
época (década de 1950), uma senhora, torcedora grená, que ficou na história
pelo que proporcionou de inusitado.
Diz
Wilson Luiz:
“Nas antigas arquibancadas
sociais, havia uma senhora (residia na Rua Três, em frente ao Parque Infantil)
que tinha um grito de guerra inconfundível e que ecoava não só pelo estádio,
mas nas esquinas, nos bate-papos sobre futebol.
...
Dentre tantos craques que
por aqui passaram, estava o centroavante Vaguinho. Ele em campo era sinônimo de
gol. E aquela senhora gritava a todo instante: “Vai, vai... Vaguinho!”. E a
torcida acompanhava. E o melhor de tudo: o Vaguinho ia mesmo... e fazia os gols
tão aguardados pela exigente, mas feliz torcida da Associação Ferroviária de
Esportes.”
Fontes:
O Imparcial, 08.03.1954
(artigo de Jacintho Simões, da Associação dos Cronistas Esportivos de
Araraquara-ACEA);
Arquivo do Prof. Antônio Jorge
Moreira (cópia do Museu do Futebol e Esportes de Araraquara);
Site:
www.ferroviariadeararaquara.com.br (coluna Wilson Silveira Luiz)
Foto: O Imparcial
Elaboração e edição: Vicente Henrique Baroffaldi e Paulo Luís Micali
Desculpe, amigo, mas você deixou de citar uma das passagens mais importantes e bonitas da carreira do Vaguinho, que foi o tricampeonato carioca de futebol pelo Flamengo nos anos 40, jogando ao lado de Zizinho, Vevé, Dequinha e outros craques famosos.
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